Imprimir Resumo


IX Congreso - ALAP 2020 Resumo: 10316-1

10316-1

Segregação socioespacial e mobilidade residencial: um estudo sobre a habitação em assentamentos precários no município de Campinas

Autores:
José Marcos Pinto da Cunha , Suyanne Galvão Bacelar
1 Brasil - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP

Resumo:

Este projeto propõe estudar a relação entre a segregação socioespacial e a mobilidade residencial dos moradores de assentamentos precários. Será tratado como se constituiu o processo de produção do espaço urbano que resultou no fenômeno da segregação socioespacial e, a partir disso, como se constituíram os assentamentos precários. Nesse sentido, se trabalhará e se investigará o conceito de assentamentos precários para se compreender os atributos de suas categorias, no que concerne às diferenças sociodemográficas e urbanísticas. Posteriormente, será verificado como a mobilidade social aliada à mobilidade residencial é articulada na perspectiva do segregação socioespacial e do ciclo vital. Sabendo-se que a renda da população é um fator importante ao se considerar a mobilidade residencial, nossa investigação da precariedade urbana está aliada análise do perfil sociodemográfico dos moradores de aglomerados subnormais. A título de exemplificação, trabalharemos com o caso dos assentamentos precários do município de Campinas, localizado no interior do estado de São Paulo (Brasil). As informações utilizadas consistem nos dados censitários mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que são do ano de 2010. A unidade territorial utilizada para a captação das informações dos assentamentos precários e de sua população foi o aglomerado subnormal, que abrange habitações de favelas, loteamentos clandestinos e ocupações. Utilizaremos a metodologia de clusters para classificar os aglomerados subnormais de Campinas em uma escala de precariedade urbana. Temos como objetivos: 1) avaliar a relação entre segregação socioespacial e mobilidade residencial dos assentamentos precários de Campinas; 2) mapear o perfil sociodemográfico e as condições de infraestrutura dos assentamentos, estabelecendo um quadro comparativo entre os aglomerados subnormais através da metodologia de clusters; e, 3) elucidar como a precariedade urbana e o perfil predominantemente mais empobrecido da população de assentamentos precários pode dificultar a perspectiva de se realizar a mobilidade residencial para áreas menos precárias da cidade. Dessa forma, ponderaremos como as precariedades experimentadas pela população de assentamentos precários influenciam a mobilidade ou a não-mobilidade residencial da população. Os aglomerados subnormais estão distribuídos em 6 tipologias de precariedade que consideram dados sobre o ambiente construído, tais como características dos domicílios (energia elétrica e esgotamento sanitário) e do entorno dos domicílios (esgoto a céu aberto, pavimentação, logradouro e iluminação pública). Sabe-se que a precariedade urbana dos assentamentos precários tem relação com o perfil populacional, logo estudar a segregação socioespacial dessa população é importante à medida em que se pensa em políticas públicas que contribuam para a construção de uma cidade menos segregada.

Palavras-chave:
 Assentamentos precários, Segregação socioespacial, Mobilidade residencial