| IX Congreso - ALAP 2020 | Resumo: 10373-1 | ||||
Resumo:As configurações sócioespaciais do agronegócio (ELIAS, 2003) colocam novas questões para os estudos sobre migração e urbanização (CANALES; CANALES, 2013). Particularmente no Brasil, um dos maiores produtores de commodities do mundo, Baeninger e Ojima (2008) já apontavam a redefinição da dinâmica regional do interior paulista associada ao crescimento da agroindústria exportadora. À luz desses pressupostos teóricos, esse trabalho tem por objetivo analisar o surgimento de novos processos migratórios relacionados à expansão agronegócio. Serão privilegiados três seguimentos - os frigoríficos de carne bovina, o setor sucroenergético e a piscicultura - em uma região específica do estado de São Paulo, Brasil: o noroeste paulista. Em termos teóricos e metodológicos, o trabalho apoia-se na perspectiva dos tipos e etapas para associar as diferentes fases da acumulação capitalista na região às distintas dinâmicas de redistribuição espacial de sua população (RENNER; PATARRA, 1980; BAENINGER, 1996). Distingue-se, assim, a etapa da fronteira agrícola e as migrações rurais-rurais que marcaram a formação capitalista da região de interesse (NEGRI; GONÇALVES; CANO, 1988; BAENINGER, 2012); a etapa da industrialização nacional-desenvolvimentista e as migrações campo-cidade que transformaram essa localidade em uma das principais áreas de evasão populacional do estado (NEGRI; GONÇALVES; CANO, 1988; SINGER, 1980); e a etapa da reestruturação produtiva, com destaque para as modalidades migratórias (BAENINGER, 2012) construídas no bojo da expansão do agronegócio na região. Se as estimativas censitárias de evolução da população total, rural e urbana ajudam entender os tipos migratórios estruturantes das duas primeiras fases discriminadas (RENNER; PATARRA, 1980); a construção de trajetórias migratórias (SÁNCHEZ, 2012) de trabalhadores nos seguimentos selecionados dão ênfase para as novas hierarquias socioespaciais forjadas no âmbito do modelo agribusiness de produção (GRAS; HERNÁNDEZ, 2013). Dividida em duas partes principais, o trabalho inicia-se pela discussão das raízes históricas da urbanização no noroeste paulista. Em seguida, o artigo relaciona as trajetórias migratórias apresentadas aos processos de reestruturação da produção no setor sucroenergético, de frigoríficos e da piscicultura. A título de considerações finais, ressalta-se a crescente especialização no uso do território (SANTOS, 2013) e a emergência de modalidades migratórias representativas dos novos arranjos da urbanização na região (BAENINGER, 2012).
Palavras-chave:
Agronegócio, Urbanização, Migração
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