| IX Congreso - ALAP 2020 | Resumo: 10418-1 | ||||
Resumo:Análise da mortalidade e morbidade na cidade de Mariana após o rompimento da barragem de rejeitos do Fundão, Minas Gerais, Brasil. Um desastre é produzido através da combinação de fenômenos naturais perigosos e situações vulneráveis (ROMERO; MASKREY, 1993), partindo da necessidade de refletir sobre este conceito sob outra perspectiva: a abordagem social. Nesse sentido, cabe questionar a classificação atual dos rompimentos de barragens e suas consequências para a tratativa do contexto de pós-desastre. As rupturas de barragens e os iminentes rompimentos a acontecer podem ser considerados enquanto uma construção social, os quais geram consequências em várias esferas tais como ambiental, social e econômica. Nesse contexto, cita-se como exemplo a ruptura da barragem de rejeitos de minério de Fundão, distrito de Bento Rodrigues, localizada no município de Mariana em Minas Gerais, Brasil, em novembro de 2015, barragem sob a responsabilidade da empresa Samarco S.A., mineradora controlada pela empresa brasileira Vale e pela empresa anglo-australiana BHP Billiton. Após o desastre ocorrido, a realidade de tal região sofre uma série de alterações com forte impacto na flora e fauna e alteração na rotina dos residentes seja por questões econômicas, sociais e também emocionais. De acordo com o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), 19 pessoas faleceram, houve o desalojamento de cerca de 300 famílias, cerca de 500 pessoas feridas e doentes, bem como o soterramento do distrito de Bento Rodrigues. O município em 2015 contava com cerca de 58 mil habitantes (IBGE, 2015) teve sua realidade muito alterada, além das perdas humanas, há o problema ambiental, vazaram 35 milhões de metros cúbicos de lama de minério de rejeitos no momento da ruptura. Tal situação levou também ao acarretamento de problemas de saúde como o aumento de problemas respiratórios, problemas de pele, transtornos mentais e comportamentais e doenças do sistema nervoso. Este trabalho tem como objetivo analisar a relação do desastre ocorrido em Mariana com as mudanças no âmbito da saúde através da análise exploratória das alterações relacionadas aos padrões de mortalidade e morbidade da população do município de Mariana. Para tanto, são utilizados os dados dispostos através do DATASUS de três anos anteriores e posteriores ao acidente, compreendendo o período de 2012 a 2018. Foi possível observar as alterações causadas pelo evento no perfil epidemiológico da população residente, e de que forma estas alterações incidiram de maneira distinta nas variáveis relacionadas a sexo e idade daquela população. Assim, através da leitura do desastre enquanto uma construção social é possível verificar como o rompimento da barragem de Mariana afetou determinadas parcelas da população e sua relação com a modificação no perfil epidemiológico, visto que houve aumento de doenças infecciosas e crônicas no período subsequente ao evento em questão. Palavras-chave: Barragem, teoria dos desastres, perfil epidemiológico. Palavras-chave:
Barragem, Teoria dos desastres, Perfil Epidemiológico
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