| IX Congreso - ALAP 2020 | Resumo: 10518-1 | ||||
Resumo:As desigualdades podem se manifestar através da renda, ocupação, educação, saúde, moradia, saneamento básico e oferta de serviços públicos, entre outros, na população (STEWART, 2009; CEPAL, 2016; ONU, 2016; RAUPP et al., 2017; RAUPP et al., 2019). Como consequência, esses fatores dificultam a ascensão dos indivíduos nos estratos sociais o que, a depender dos contextos sócio-históricos e econômicos locais, resulta em padrões de segregação (ATKINSON, 2015; ONU, 2016). Dentre os segmentos populacionais mais vulneráveis no Brasil estão os indígenas, diversos estudos apontam a disparidade entre os indicadores deste segmento populacional em relação à totalidade da população e às demais categorias de cor ou raça (CALDAS et al., 2017; CAMPOS et al., 2017; RAUPP et al., 2017; RAUPP et al., 2019). Diante disso, este estudo tem por objetivo analisar as características relacionadas a infraestrutura de saneamento básico nas áreas urbanas das regiões metropolitanas do Brasil, contrastando o perfil de indígenas e não indígenas com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Anual Contínua (PNAD/C) de 2019. Para isso, foi realizada análise descritiva, utilizando os parâmetros da amostra complexa, com os respectivos intervalos de confiança (IC95%), considerando as seguintes variáveis: região do país; situação do domicílio; cor/raça; abastecimento de água; frequência de água proveniente de rede geral; existência de banheiro; destino do esgoto do banheiro; e destino do lixo. Os resultados não revelam diferença significativa entre indígenas e não indígenas nas variáveis exploradas. Contudo, se verifica importantes variações nos percentuais dos serviços de saneamento entre as regiões do país. Os resultados apontam que a região Norte se distingue pela menor cobertura de domicílios com abastecimento de água por rede geral, maior percentual de domicílios com interrupção no serviço de água e menor percentual de domicílios cujo esgoto é escoado via rede geral ou pluvial. As regiões Norte, Sul e Centro-Oeste apresentaram 100% de cobertura de indígenas em domicílios com banheiro exclusivo e, no Sul e Centro-Oeste o mesmo resultado foi verificado com lixo coletado diretamente ou indiretamente por serviço de limpeza. Além disso, no Sul, 100% dos domicílios dos indígenas possui água canalizada em pelo menos um cômodo e no Centro-Oeste nenhum indígena reside em domicílio sem água canalizada. Contudo, diante da necessidade de revelar as desigualdades existentes no país, análises que considerem a cor ou raça da população, assim como desagregações geográficas são de extrema importância. Neste sentido, este trabalho visa contribuir tanto para o debate acerca das desigualdades quanto sobre a necessidade de se produzir dados nacionais que permitam análises para os diversos contingentes populacionais, em especial os minoritários, como os indígenas no Brasil. Palavras-chave:
Indígena, Brasil urbano, Saneamento básico
|
|||||