Migrações de nordestinas em direção ao estado de São Paulo são notáveis pela sua historicidade e volume. As altas taxas de fecundidade da população nordestina só nas últimas décadas se aproxima da paulista, ainda assim com diferença temporal significativa. Objetivo: Testar procedimento metodológico para identificação dos níveis de fecundidade das nordestinas residentes em São Paulo vis-à-vis a fecundidade paulista, como base para evidenciar tratar-se a mesma de um processo de adaptação da migrante ao espaço paulista ou da seletividade das migrantes que se dirigiram para o estado. Dados: Os dados provêm do Censo Demográfico de 2010. Metodologia: O papel da fecundidade das migrantes é aquilatado por meio da comparação entre níveis de fecundidade das recenseadas no nordeste; a fecundidade das migrantes nascidas no Nordeste; a fecundidade das recenseadas em São Paulo, estas, à semelhança das residentes na área de origem, desagregadas pelas que nunca realizaram movimento migratório, e aquelas que alguma vez o fizeram, mas não interestadual. As migrantes nascidas no Nordeste serão como aquelas em que todos os filhos nasceram em São Paulo e aquelas em que nem todos os filhos nasceram em São Paulo. Resultados: Os resultados suportam a hipótese de adaptação ao situar a fecundidade da migrante em valor intermediário à da população não-migrante da origem e da população não-migrante do destino. O mesmo quanto às mães em que todos os filhos residem no domicílio. A requerer pesquisa adicionais são o fato da fecundidade das migrantes com todos os filhos nascidos em São Paulo serem mais baixos que o das paulistas não migrantes, e o das migrantes com parte ou todos os filhos nascidos fora de São Paulo maior que o das nordestinas não migrantes. Os resultados obtidos apontam que a identificação das migrantes tendo em conta o lugar de nascimento dos filhos é um procedimento promissor para a investigação da questão em tela.