| IX Congreso - ALAP 2020 | Resumo: 10577-1 | ||||
Resumo:Tanto no perfil das vidas perdidas, quanto nas oportunidades de educação e trabalho interrompidas, os impactos da pandemia são extremamente desiguais. A partir da análise das pesquisas desenvolvidas no Brasil acerca do impacto da pandemia sobre as desigualdades sociais e da exploração dos dados públicos disponíveis, busca-se mapear uma agenda de pesquisas sobre os efeitos de curto e longo prazo da pandemia nas desigualdades entre e dentro das famílias no Brasil, considerando as dimensões de classe, raça, gênero e gerações. Aspectos demográficos, sociais e de políticas públicas são articulados, considerando desde a persistente estratificação das políticas de proteção social no Brasil, incluindo a distribuição do auxílio emergencial e o impacto das medidas de redução de direitos trabalhistas para manutenção do emprego; o impacto da mortalidade diferencial de provedores com desiguais direitos à manutenção da proteção econômica de suas famílias, até as consequências duradouras para as gerações mais jovens que perderam oportunidades educacionais e de trabalho, os riscos de fragilização de conquistas femininas de autonomia econômica e pessoal, e o agravamento de vulnerabilidades por raça. Ainda que a pandemia possa em alguma medida ter significado uma pausa na vida social como conhecíamos – que no presente acentuou em alguns aspectos desigualdades (como na carga de trabalho doméstico e de cuidado das mulheres), mas em outros amenizou desigualdades (como no acesso a renda através do auxílio emergencial por pessoas que dispunham usualmente de renda inferior ao benefício) – suas consequências no médio e longo prazo sobre as desigualdades entre e dentro das famílias serão mais duradouras, consolidando desigualdades nas dimensões de classe, raça, gênero e gerações que lançam novos desafios de análise científica e políticas públicas. Palavras-chave:
desigualdades sociais, famílias, bem-estar
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