| IX Congreso - ALAP 2020 | Resumo: 10589-1 | ||||
Resumo:A Guerra Civil iniciada em 2011 na República Árabe Síria e que segue sem desfecho levou quase 13 milhões de pessoas a saírem de suas casas de maneira forçada até o final de 2019, das quais 6,6 milhões são pessoas refugiadas e 6,2 milhões deslocadas dentro do próprio país, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR). Diante essa diáspora, inúmeros países têm recebido seus refugiados, e o Brasil se destaca no cenário latino americano como o maior receptor (até o final de 2018, o Estado brasileiro reconheceu oficialmente pouco mais de 3 mil refugiados de origem Síria, fazendo deste grupo, à época, o maior da categoria no país). Pouco se sabe ainda no Brasil a respeito da vida dessas pessoas de uma forma geral: como estão se saindo em termos de emprego, habitação, acesso aos sistemas de saúde e educação e como se relacionam com a sociedade de uma maneira geral. Dada a importância da temática no atual contexto mundial e o pouco entendimento que ainda existe sobre as condições de vida desta população no Brasil, este trabalho tem como objetivo analisar o processo de integração dos refugiados sírios na cidade de São Paulo a partir de sua dimensão institucional, que aqui engloba os campos do mercado de trabalho (emprego), educação, saúde e habitação, aplicando-se para tanto um modelo de integração, algo inédito na produção acadêmica sobre o tema no país. Para a aplicação e compreensão do modelo, várias etapas foram realizadas. A primeira delas foi definir o conceito de integração, fundamental para a própria construção do modelo. Posteriormente foram selecionados 44 indicadores para compreender a integração em cada um dos subcampos (emprego, educação, saúde e habitação). Outras etapas desenvolvidas foram as aplicações de surveys com os refugiados, realização de entrevistas semi-estruturadas com refugiados e stakeholders e análise de fontes secundárias, como dados administrativos (do CONARE, ACNUR e SISMIGRA), teses e dissertações sobre o tema e aparatos legais. Os resultados ainda estão sendo processados, mas nota-se uma aparente lenta integração deste grupo, onde a defasagem principal parece ser em termos de acesso ao mercado de trabalho formal e aos sistemas educacionais da cidade. Palavras-chave:
Refugiados, Síria, Integração
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