As relações no mercado de trabalho podem ser descritas por modelos que relacionam a demanda e a oferta por emprego. As firmas contratam e os indivíduos oferecem sua mão-de-obra de acordo com sua disponibilidade e qualificações (EHRENBERG; SMITH, 2000). O salário é o preço a ser pago em troca da atividade laboral. O objetivo deste artigo é investigar possíveis fatores discriminatórios nos rendimentos de trabalhadores jovens e seniores, agregando os diferenciais salariais de gênero e raciais. Para tanto, foram utilizados dados da PNAD 2013 no modelo de decomposição dupla ou de diferença-em-diferenças entre grupos. Os resultados revelam que os ganhos de trabalhadores mais velhos são maiores que os dos mais jovens. No entanto, os diferenciais etários nos rendimentos são mais evidentes entre as mulheres e entre os negros. Além disso, os efeitos de dotação, associados às variáveis utilizadas (características individuais), demonstram que a idade, a escolaridade e a experiência podem explicar o avanço salarial ao longo do ciclo de vida.